20 de set. de 2011

Ideologismos e a busca dos defeitos alheios.

Descrevo aqui uma pequena reflexão originada de leitura das páginas amarelas dessa semana com o Filósofo Roger Scruton. Aliei a ela a questão da discussão entre capitalismo e socialismo que volta e meia retorna (com pequena força é verdade), ou qualquer outro tipo de discussão política que surge e passa repentinamente.

Está claro para mim que o ideologismo é um vício da nossa sociedade. Penso que o ser humano precisa de uma crença, seja uma religião, um modelo político ou qualquer que seja a sua "fé".

Ocorre que quando se impregna o ideologismo todo o resto se esconde. Para tentar demonstrar que o seu ponto de vista o ideólogo normalmente aponta o defeito do seu opositor e não as vantagens da sua "crença". Ora, isso é ilógico, afinal se eu pretendo ser vitorioso preciso apresentar e "vender" os meus méritos.

Apoiar o sucesso de uma linha de raciocínio no fracasso dos outros não é uma garantia de sucesso. Muito pelo contrário. Os ideologistas tentam destruir, e com isso se esquecem de construir.

Toda essa discussão me faz lembrar as disputas políticas de um passado recente em minha cidade, onde dois grupos que monopolizaram a alternância de poder sempre se balizaram por criticar o outro candidato, e sempre se esqueceram de valorizar os seus pontos positivos.

Vejo duas questões sobre esse tema. Primeiro, que não há como objetivar o sucesso de uma corrente com a destruição da outra. Isso é muito comum no embate entre socialismo e capitalismo.

Os socialistas dizem que o capitalismo está fadado ao insucesso pelo seu modo desigual de tratamento das pessoas (embora a igualdade se alcance com a desigualdade, muitas vezes). Já os capitalistas dirão que o socialismo nunca deu certo.

O embate aqui é como as políticas de cidades pouco evoluídas, um tenta vencer o outro pelo defeito do opositor ao invés de mostrar as suas qualidades.

Diante desse ponto de vista recomendo a leitura da entrevista de Roger Scruton nas páginas amarelas da veja. Embora ele uma filiação filosófica que parece ser muito conservadora e pós-modernista a entrevista oferece muitos elementos de reflexão importantes.

Para que tenhamos maior capacidade crítica e reflexiva é importante nos desprender de preconceitos e ideologias. É o que sugiro.